Até quando?

Dizem que a vida imita a arte, no caso do América o desempenho da equipe tem imitado, ou sido bem representado, por várias canções. São letras, é bem verdade, que não enaltecem, nem contam relatos de superação ou vitória; pelo contrário. Depois de mais um tropeço, dessa vez para o Coritiba, prefiro fugir das avaliações pós-jogo. A opção é recorrer a uma das músicas do Gabriel o Pensador, denominada de "Até Quando?".

"Até quando você vai levando porrada, porrada?
Até quando vai ficar sem fazer nada?
Até quando você vai levando porrada, porrada?
Até quando vai ser saco de pancada?"

Não para, não para, não para...

Até parece o grito de guerra da Gaviões da Fiel, mas não é. Na verdade é o América que segue dispensando. Para alguns, demorou. Sendo assim, os clubes interessados tomem nota. Os jogadores Diniz, Flávio Pará, Edmilson, Juninho e Flávio Recife, o ex-caça-rato, já não contam com vínculo contratual junto ao América. Dos cinco nomes, eu insistiria, talvez, em Juninho. É bem verdade que ele não é um jogador diferenciado, ou ainda, aquele bom camisa dez, de qualquer forma há tantos outros do mesmo nível técnico ou pior, no elenco rubro. Já o atacante Flávio Recife, a força de vontade não foi suficiente para evitar a saída, sobrou vontade e garra; faltou futebol ao pernambucano.

Um grande salto

É bem verdade que o futebol potiguar está um tanto distante da realidade do que é o esporte em outros estados do país como Rio, São Paulo, Minas e Rio Grande do Sul, por exemplo. Muito do que os chamados clubes grandes realizam no campo do marketing pode, ou pelo menos poderia, se repetir em nível local. Por aqui, o ABC parece disposto a ser o pioneiro quando o assunto é tornar o futebol algo organizado, planejado, profissional e a cima de tudo rentável, fugindo, assim, a máxima primitiva que clube sobrevive de renda ou da colaboração dos abnegados. As ações e técnicas desenvolvidas até aqui pelo ABC podem não ser as mais modernas ou inovadoras, mas tem conseguido ampliar e fortalecer a marca do clube. A mais nova e desafiadora proposta do ABC é o Programa Sócio Mais Querido, campanha que pretende ampliar o número de sócios-torcedores. Iniciativa há muito consolidada na Europa e que visa tão somente fidelizar o torcedor. Acredito que o caminho seja este!

É possível?

O América reiniciou a série B da mesma forma que terminou, isso quando a competição foi paralisada devido a Copa do Mundo, ou seja, o time rubro perdeu mais uma e por pouco não se repetiu o mesmo resultado. Diante da Ponte, na estréia definitiva do técnico Lula Pereira - assim eu espero, o América tomou tres gols e não marcou nenhum. O resumo do desempenho do América na partida pode ser definido como o de um clube que precisa ter time, não o fato de onze jogadores em campo, mas uma equipe competitiva. Só se passaram oito rodadas, deve argumentar um torcedor mais otimista, talvez o mesmo que acredita que a Coa do Nordeste é a redenção do futebol regional, ou ainda que a Branca de Neve existe, a exemplo do Papail Noel e Saci Pererê.